Chuva e bebida “barata”.

Os dentes cravam a pele e marcam a alma,
Os sentidos se esvaem por entre os sussurros;
A dor e o prazer em um misto de arrepios;
A luz turva neste quarto, a fumaça do cigarro e o copo vazio, essa atmosfera inebriante;
O chiado de um letreiro néon velho, os flashes em vermelho em uma parede deste nosso refúgio,
Momentos ínfimos, singelos, simples e ao mesmo tempo de tamanha repercussão, intensos por demais;
O ranger da cama no quarto ao lado, o barulho de garrafas quebrando em algum lugar nem tão distante assim, esse uísque barato, esses lençóis cheios de histórias para contar;
Os vidros da janela embaçados, os pingos de chuva em uma luta incessante contra os mesmos, e lá em baixo os filetes de água a escoarem pelos bueiros que abrigam as baratas e os ratos como este quarto estar a nos abrigar.

19/03/09
Cleber Almeida

quinta-feira, 19 de março de 2009 às 12:23

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