Lembrança de um sorriso

Minhas pegadas na areia não passam de ecos dos meus pés
Estou ferido por tentar resistir ao tempo passar
Protejo-me na escuridão da noite que trago em mim
Sonho os sonhos que já foram sonhados por você
Planejo inventar o que já se reinventou
Tudo isso só para manter você por perto
Onde qualquer palavra vã que seja proferida possa não mais nos rasgar em feridas
Por onde andarás minhas ilusões?
Onde ? Em que lixo jogou fora os cacos dos meus fracassos?
Onde? Em que vida vaga minhas esperanças?
Qual espelho ainda guarda o reflexo do meu último sorriso?

Cleber Almeida
20/09/2007

quinta-feira, 20 de setembro de 2007 às 08:47 , 0 Comments

Apenas um

Divagando em devaneios em meio a cidade
Sem saber onde está você
Holofotes brilham e ofuscam meus olhos que mentem
Sobre o que eu quero ver, cadê você
Não tenho rumo, nem sei o caminho em que devo seguir
Já não tenho casa, nem âncora que me prenda aqui
Os ventos não sopram, não sabem, não deixam rastro algum
Não sou ninguém(alguém)
Agora sou
Apenas um.

Música de Cleber Almeida - Márcio Medeiros

às 08:39 , 0 Comments

Eu sou egoísta (Raul Seixas)
Se você acha que tem pouca sorte
Se lhe preocupa a doença ou a morte
Se você sente receio do inferno
Do fogo eterno, de Deus, do mal
Eu sou estrela no abismo do espaço
O que eu quero é o que eu penso e o que eu faço
Onde eu tô não há bicho papão
Eu vou sempre avante no nada infinito
Flamejando meu rock, o meu grito
Minha espada é a guitarra na mão
Se o que você quer em sua vida é só paz
Muitas doçuras, seu nome em cartaz
E fica arretado se o açúcar demora
E você chora, cê reza, cê pede, implora...
Enquanto eu provo sempre o vinagre e o vinho
Eu quero é ter tentação no caminho
Pois o homem é o exercício que faz
Eu sei, sei que o mais puro gosto do mel
É apenas defeito do fél
E que a guerra é produto da paz
O que eu como a prato pleno
Bem pode ser o seu veneno
Mas como vai você saber
Sem provar?
Se você acha o que eu digo fascista
Mista, simplista ou anti-socialista
Eu admito, você tá na pista
Eu sou ego, eu sou ista
Eu sou ego, eu sou ista
Eu sou egoísta, eu sou egoísta
Por que não?

quarta-feira, 12 de setembro de 2007 às 16:09 , 0 Comments

ARTIGO DE ANTONIO LUIZ BIANCHESSI
ESTRADA DAS PEDRAS (I)

Aparentamos ter consciência da realidade que enfrentamos. Diferentes tropeços, porém, desequilibram a caminhada. Sofremos de insônia e muitos olvidaram a potência humana para superar desafios.
Outros dormem sono profundo para esquecer angústias e medos que se
avolumam a cada dia.
A aflição e a ansiedade apoderam-se, também, de transeuntes e ocupantes de moradias protegidas por vigias permanentes e muralhas de ferro e concreto.
O assunto diário predominante é, em geral, preocupante, porque alimentado, muitas vezes, pela mídia, aborda temas catastróficos e até apocalípticos.
Apela-se para culpados pela crise reinante. Atitude simplória de lavar as mãos e permanecer impune até perante a própria consciência.
A educação é o alvo predileto. A falta de educação simboliza os devaneios dos desesperançados caminhantes, que propõem buscas sem saídas, na conquista da libertação.
Na realidade, o sistema educacional vigente é o caminho das pedras. Às vezes, tropeçamos em fantasmas, e tombamos vítimas da fantasia. Apelamos,
então, para as mudanças que se fazem necessárias. Nossa imaginação penetra espaços longínquos e criamos, aleatoriamente, novas modalidades de educar.
É fundamental nessas “invenções” que o sistema permaneça intacto, e que a manutenção do poder seja intocável.
Caminhamos,então,longos caminhos, elaborando métodos “sofisticados” para que as pedras permaneçam empecilhos, na labuta em prol de uma convivência saudável....
Conclamamos colaboradores, peritos e especialistas na arte educacional, para afiançar-lhes que “a educação é indispensável” e que “os limites devem obter resultados através da imposição”.
A platéia aplaude. Saboreia, avidamente, a decisão. Coleciona sabores agradáveis, na expectativa da criação de um campo fecundo.
Infelizmente, nada se alterou e nada se altera. Os paradigmas externos persistem com toda pujança e paranóia. Determinamos, ainda, com técnicas impositivas e inadequadas, as atitudes “decentes” na sociedade.
Na Estrada das Pedras, o foco central são as pedras. Vibramos, porque, aleatoriamente, condenamos as pedras e desequilibrados racionais, que mantiveram o caminho pedregoso pelos fracassos que promovemos.
Para muitos, é irracional denunciar desastres e propor caminhos recuperadores da espécie humana. Os opositores leais ao conservadorismo e os intransigentes rigoristas fundamentalistas, proclamam guerra pela manutenção do status quo.
O poder atrai e tempera, com sabor alienante, a presença melancólica dos indiscretos amantes do egoísmo, do saudosismo e da liderança radicalista.
E a Educação Vertical promotora dos conflitos assustadores e demolidores dos elos de paz, permanece intacta, soberana e aplaudida pelos adeptos de vantagens e lucros, muitas vezes, vergonhosos. E a Humanidade estagna sufocada no lixo psicológico que ela própria gerou.
Enquanto permanecermos fiéis à degeneração humana, mantida potente pelos poderosos do mundo, as esperanças circulam ausentes do nosso quotidiano viver.
Antônio Luiz Bianchessi anlubianchessi@oi.com.br
Filósofo Educador e Consultor .

SITE DE ANTONIO LUIZ BIANCHESSI
http://www.educacaoodesafio.cjb.net/

às 16:01 , 0 Comments