Findo e digno nadador de rio acima.


Na vazante da corrente vaza o peixe que luta contra a correnteza;
Vaza leve entre as frestas e sobe belo o rio lindo;
Pira acima, sobe louco, nada incansável, pira louco, piracema;
Desova na maternidade do cais, fresta de mato cheiroso onde repousa;
Volta a favor sem esforço algum, só a barbatanear seu leme em direção de casa;
Em caminho bate a fome e em fonte segura e tranqüila dança uma minhoca;
Abocanha insinuante silueta que dança em torto trapézio;
Fisga-se a boca em um solavanco para cima, e pela primeira e última vez sobe sem esforço fora o fisgo que o chateia;
E como todos têm seu destino o dele foi acabar em uma frigideira.

Cleber Almeida
15/12/07

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007 às 15:01 , 0 Comments

Sábio sabiá


Voa o tempo em pensamentos vãos, voa alto, voa longe, voa ao léu voa só;
Canta o sabiá na laranjeira, molha a folha verde, a chuva que peneira a poeira;
Sábio é o sábio que sabidamente sabe onde voa e pousa para cantar;
Cisca de cá cisca de lá, cisca para trás enche o papo de fubá;
Canta e voa,pousa e cisca, enche o papo e volta a voar;
Sempre roda nesta vida num constante hábito, que se faz de rotina para o sábio sabiá.

Cleber Almeida
15/12/2007


às 14:55 , 0 Comments