Na vazante da corrente vaza o peixe que luta contra a correnteza;
Vaza leve entre as frestas e sobe belo o rio lindo;
Pira acima, sobe louco, nada incansável, pira louco, piracema;
Desova na maternidade do cais, fresta de mato cheiroso onde repousa;
Volta a favor sem esforço algum, só a barbatanear seu leme em direção de casa;
Em caminho bate a fome e em fonte segura e tranqüila dança uma minhoca;
Abocanha insinuante silueta que dança em torto trapézio;
Fisga-se a boca em um solavanco para cima, e pela primeira e última vez sobe sem esforço fora o fisgo que o chateia;
E como todos têm seu destino o dele foi acabar em uma frigideira.
Cleber Almeida
15/12/07